segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O QUE É HERMENÊUTICA?



 É a ciência e/ou arte de interpretar e explicar um pensamento. O objetivo da hermenêutica das Escrituras está em compreender e explicar o texto, ou seja, expressões e pensamentos contidos nele. I. REGRAS FUNDAMENTAIS 
1. Pedir constante orientação divina O cristão ao examinar as Escrituras deve pedir orientação a Deus para compreender o real sentido do texto apreciado. Oração, reverência e humildade deve acompanhar o estudo das Escrituras. 

2. Observar o texto com muita atenção O texto deve ser lido com muita atenção, sem pressa para retirar conclusões do texto. Deve-se ler a passagem bíblica várias vezes, sublinhando as palavras que se repetem, para identificar as palavras-chaves do texto. Em Gl 3, as palavras-chaves são fé e lei, devido ao número de vezes que Paulo se refere a elas nesse capítulo.

 3. Interprete a passagem de acordo com o seu contexto Assim como não lemos somente um parágrafo de uma carta que recebemos, não devemos ler um texto isolado do seu contexto. Isolar um texto do seu contexto induz a uma interpretação errônea. O texto de Fp 4.13, isoladamente, parece nos mostrar que podemos fazer qualquer coisa porque o Senhor nos fortalece. No entanto, se observarmos Fp 4.10-13, a passagem completa, veremos o verdadeiro significado do texto: podemos suportar todas as situações, pois o Senhor nos fortalece. Podemos classificar os contextos em: Imediato – A passagem completa ou o capítulo do texto; Próximo – O livro do texto; Remoto – Outro(s) livro(s) da Bíblia. 4. Observar o pano de fundo histórico da passagem Não basta conhecermos bem o texto para fazermos uma boa interpretação, pois os textos bíblicos possuem diversas particularidades. Quem foi o autor da passagem? Em que época ele proferiu o texto? Quem foi seu destinatário? Qual a situação econômica? Social? Política? Religiosa? Na passagem de Amós 

4.1, exemplificando, podemos observar a importância do conhecimento do fundo histórico. Qual era a profissão de Amós? Onde se situava Basã? Como eram criadas as vacas em Basã? Respondendo a essas perguntas teremos uma compreensão mais plena do texto. 

5. Identificar os tipos de literatura A Bíblia é rica em diversidade de gêneros literários: textos históricos; oráculos; poesias; hinos; provérbios; alegorias; cânticos; orações; sermões; cartas; literatura apocalíptica, entre outros. 

6. Não interpretar passagens literais como figurada nem vice-versa Devemos tomar cuidado com o texto a ser estudado na seguinte questão: o texto é literal ou figurado? É de suma importância identificar se o texto faz uso de linguagem denotativa (literal) ou conotativa (figurada) porque tal fator pode alterar completamente o sentido original do texto. Em Lc 19.40, o clamor das pedras é literal ou figurado? Concluímos, diferentemente da interpretação mais difundida, que Jesus simplesmente quis dizer que era impossível fazer os seus discípulos se calarem, visto que haviam testemunhado a mensagem poderosa Dele, assim como era impossível que as pedras clamassem. A possibilidade das pedras clamarem era a mesma dos discípulos pararem de anunciar as boas novas do Cristo. 

7. Descobrir os diversos significados de uma palavra Muitas palavras têm vários significados. A palavra manga na língua portuguesa é um ótimo exemplo, pois só iremos identificar se o texto se refere à fruta ou ao pano pelo contexto em que a palavra está inserida. Na interpretação textual, para podermos identificar o real sentido do termo no texto em questão, devemos tomar cuidado com palavras que possuem mais de um significado. A palavra Israel, por exemplo, pode significar o filho de Isaque; as doze tribos da nação israelita; somente as tribos do Norte; somente Judá; ou ainda a Igreja. 

8. Interprete as palavras no sentido que tinham no tempo do autor Deve-se interpretar o texto tendo em vista o significado que tinha para o receptor original. Se não descobrirmos o sentido primário do texto, não poderemos interpretá-lo corretamente. Não se deve pular palavras de significado desconhecido, mas sim determinar o sentido que ela tinha para o autor, objetivando compreender o pensamento do autor e não somente especularmos o que achamos que ele disse.

 9. Tirar as ideias do texto e não vice-versa A função do intérprete é descobrir o significado dos textos bíblicos para poder aplicá-lo corretamente. O que deve interessar ao intérprete da Bíblia é a mensagem que ela quer transmitir e não o desejo de encontrar base para uma ideia própria. Um preletor, certa feita, utilizando a passagem de Hb 10.31ª “... nas mãos do Deus vivo.”, trouxe uma mensagem sobre a qual devemos confiar no poder e na proteção que está nas mãos de Deus. A mensagem foi bíblica, mas o texto foi usado incorretamente, pois o texto se refere ao juízo de Deus aos cristãos que estavam prestes a abandonar a fé cristã e retornar ao judaísmo. 

10. Lembrar que a Bíblia é livro de religião e não de ciência. A Bíblia não é um tratado científico e sim um tratado de religião brilhante e inigualável. Por isso, a Bíblia não precisa de nenhuma revisão, pois se fosse um tratado científico deveria ser constantemente alvo de revisão, porque, muitas vezes, o que a ciência prega hoje será ultrapassado daqui a dez anos. A Bíblia fala a linguagem dos que foram originalmente seus receptores. Lv 11.13-19, por exemplo, classifica o morcego como ave. Atualmente, a ciência classifica o morcego como mamífero. Parece-nos um erro grosseiro da Bíblia, porém, na época, simplesmente o morcego por voar era classificado como ave. 

11. Não valorizar em demasia as divisões oferecidas pelas versões Originalmente, a Bíblia foi escrita sem as divisões de capítulos e versículos, as quais foram feitas, muito tempo depois, para facilitar a leitura. Até mesmo as divisões oferecidas pelas versões modernas muitas vezes nos atrapalham. Is 53, por exemplo, deveria começar em Is 52.13; os salmos 42 e 43, na realidade, não são dois, mas somente um; At 8.1ª pertence ao versículo sessenta do capítulo sete de Atos. Devemos ser cuidadosos e não valorizar demasiadamente as divisões que nos são oferecidas hoje. 

12. Interpretar textos difíceis à luz de textos fáceis As passagens bíblicas consideradas difíceis, que não são poucas, com aparente contradição, termos raros, devem ser interpretadas à luz de textos mais claros e inconfundíveis. Assim como há textos de fácil compreensão, há textos de quase impossibilidade de interpretação plena, por falta de informações suficientes para elucidá-lo nos seus detalhes. Isto não deve desmotivar o intérprete e sim motivá-lo a uma melhor compreensão das verdades bíblicas. 

13. Interprete a experiência pessoal à luz da Bíblia e não vice-versa As nossas experiências pessoais, sejam quais forem, devem ser interpretadas à luz da Bíblia e nunca o inverso. A experiência pessoal tem o seu valor na vida cristã, mas deve ocupar o seu devido lugar. Devemos permitir que a Bíblia interprete e amolde as nossas experiências pessoais, ao invés de interpretarmos a Bíblia através das lentes de nossas experiências.

14. Os exemplos bíblicos só têm autoridade amparados por uma ordem Ao ler a Bíblia, torna-se evidente que não devemos seguir o exemplo de cada personagem nela registrado. Não precisamos trair Jesus como Judas ou desafiarmos os líderes egípcios como fez Moisés. Jesus é o maior exemplo que temos a seguir, mas nem por isso devemos imitá-lo em todos os aspectos de sua vida. Jesus, por exemplo, nunca casou, isso não impede o matrimônio dos cristãos; o meio de transporte que ele usou foi um jumento, isso não nos impede que usemos outros meios de transporte; usava vestidos longos e alparcas, isso não nos impede de usarmos roupas adequadas para a nossa época. Os mandamentos bíblicos têm autoridade para serem cumpridos, pois são ordens, o que não acontece com os exemplos bíblicos, a não ser que sejam amparados por uma ordem ou ilustrem uma ordem bíblica. 

15. Compreensão gramatical e compreensão teológica É necessário compreender gramaticalmente a Bíblia para depois compreendê-la teologicamente. Precisamos entender primeiramente o que diz a passagem antes de extrair dela quaisquer conclusões doutrinárias. É impossível fazermos uma boa interpretação de um texto se não compreendermos o sentido de cada palavra. Como poderíamos interpretar teologicamente, por exemplo, Romanos 4 sem entender gramaticalmente o significado de alguns termos como justificação, galardão, graça, circuncisão, imputar, posteridade?

 16. Considere as figuras de linguagem utilizadas na Bíblia Os escritores da Bíblia usaram claramente figuras de linguagem em seus escritos. Abaixo, as principais figuras utilizadas: Metáfora – Consiste em atribuir a uma palavra características de outra em função de uma analogia estabelecida de forma bem sugestiva. Ex: Zc 3.8 Hipérbole – Ocorre quando, para realçar uma ideia, exagera-se na sua representação. Ex: Dt 1.28 Ironia – Emprego de palavras que, na frase, têm sentido oposto ao que se quer dizer., normalmente usadas em tom sarcástico. Ex: Gn 3.22 Prosopopeia – Consiste em dar características humanas ou em dar vida e ação a seres inanimados ou irracionais. Ex: Sl 35.10 Alegoria – Narrativa em que pessoas ou objetos representam ideias ou princípios. Ex: Gl 4.21 Enigma – Descrição obscura ou ambígua, mas verdadeira, que se faz de uma coisa, para que outrem diga o nome dessa coisa. É o que popularmente chamamos de adivinhação. Ex: Jz 14.14 Parábola – Narrativa real ou imaginária que tanto as pessoas como as coisas e suas ações correspondem a verdades espirituais ou morais. Ex: Mt 13.24-30 Antropomorfismo – Linguagem que atribui a Deus características físicas ou atitudes humanas. Ex: Gn 8.21 Metonímia – Consiste no emprego de uma palavra por outra com a qual ela se relaciona. Ex: Lc 16.29

 17. Definir promessas gerais e específicas É necessário definir em qual categoria as promessas bíblicas se enquadram: gerais ou específicas. Promessas gerais – Quando foram escritas não visavam particularmente nenhuma pessoa ou época particular. Ex: Jo 3.16 Promessas específicas – Quando foram escritas visavam indivíduos específicos em ocasiões específicas. Para ser válida para nós, tem que ser feita individualmente a nós como aos destinatários originais.

 Ex: At 16.31 II. PARALELISMOS Verbais – A mesma palavra em diferentes textos. Ex: Graça (Jo 1.16-17; Tt 2.11; Rm 5.15; 1 Co 1.4) Reais – Textos diversos tratando do mesmo assunto. Ex: Getsêmani (Mt 26.36-46; Mc 14. 32-42; Lc 22.39-46; Jo 18.1-11) III. TIPOS E ANTÍTIPOS A tipologia bíblica é vastíssima e instrutiva. Quando o intérprete estuda a Bíblia através dos tipos, sem extremismo, pode obter um melhor conhecimento das Escrituras. O tipo é o que tipifica algo. O antítipo é o cumprimento do tipo. Para efeito de estudo, os tipos são classificados em duas classes: 1. Históricos a) Pessoais Adão – Cristo Melquisedeque – Cristo Moisés – Cristo b) Coletivos Israel liberto da opressão egípcia – Igreja Israel peregrinando no deserto – Igreja Israel adentrando a Terra Prometida – Igreja 2. Rituais Tabernáculo – Cristo O holocausto – Cristo As ofertas legais – Cristo 
Texto PR. CLEBER BARROS


O QUE É HERMENÊUTICA? É a ciência e/ou arte de interpretar e explicar um pensamento. O objetivo da hermenêutica das Escrituras está em compreender e explicar o texto, ou seja, expressões e pensamentos contidos nele. I. REGRAS FUNDAMENTAIS 1. Pedir constante orientação divina O cristão ao examinar as Escrituras deve pedir orientação a Deus para compreender o real sentido do texto apreciado. Oração, reverência e humildade deve acompanhar o estudo das Escrituras. 2. Observar o texto com muita atenção O texto deve ser lido com muita atenção, sem pressa para retirar conclusões do texto. Deve-se ler a passagem bíblica várias vezes, sublinhando as palavras que se repetem, para identificar as palavras-chaves do texto. Em Gl 3, as palavras-chaves são fé e lei, devido ao número de vezes que Paulo se refere a elas nesse capítulo. 3. Interprete a passagem de acordo com o seu contexto Assim como não lemos somente um parágrafo de uma carta que recebemos, não devemos ler um texto isolado do seu contexto. Isolar um texto do seu contexto induz a uma interpretação errônea. O texto de Fp 4.13, isoladamente, parece nos mostrar que podemos fazer qualquer coisa porque o Senhor nos fortalece. No entanto, se observarmos Fp 4.10-13, a passagem completa, veremos o verdadeiro significado do texto: podemos suportar todas as situações, pois o Senhor nos fortalece. Podemos classificar os contextos em: Imediato – A passagem completa ou o capítulo do texto; Próximo – O livro do texto; Remoto – Outro(s) livro(s) da Bíblia. 4. Observar o pano de fundo histórico da passagem Não basta conhecermos bem o texto para fazermos uma boa interpretação, pois os textos bíblicos possuem diversas particularidades. Quem foi o autor da passagem? Em que época ele proferiu o texto? Quem foi seu destinatário? Qual a situação econômica? Social? Política? Religiosa? Na passagem de Amós 4.1, exemplificando, podemos observar a importância do conhecimento do fundo histórico. Qual era a profissão de Amós? Onde se situava Basã? Como eram criadas as vacas em Basã? Respondendo a essas perguntas teremos uma compreensão mais plena do texto. 5. Identificar os tipos de literatura A Bíblia é rica em diversidade de gêneros literários: textos históricos; oráculos; poesias; hinos; provérbios; alegorias; cânticos; orações; sermões; cartas; literatura apocalíptica, entre outros. 6. Não interpretar passagens literais como figurada nem vice-versa Devemos tomar cuidado com o texto a ser estudado na seguinte questão: o texto é literal ou figurado? É de suma importância identificar se o texto faz uso de linguagem denotativa (literal) ou conotativa (figurada) porque tal fator pode alterar completamente o sentido original do texto. Em Lc 19.40, o clamor das pedras é literal ou figurado? Concluímos, diferentemente da interpretação mais difundida, que Jesus simplesmente quis dizer que era impossível fazer os seus discípulos se calarem, visto que haviam testemunhado a mensagem poderosa Dele, assim como era impossível que as pedras clamassem. A possibilidade das pedras clamarem era a mesma dos discípulos pararem de anunciar as boas novas do Cristo. 7. Descobrir os diversos significados de uma palavra Muitas palavras têm vários significados. A palavra manga na língua portuguesa é um ótimo exemplo, pois só iremos identificar se o texto se refere à fruta ou ao pano pelo contexto em que a palavra está inserida. Na interpretação textual, para podermos identificar o real sentido do termo no texto em questão, devemos tomar cuidado com palavras que possuem mais de um significado. A palavra Israel, por exemplo, pode significar o filho de Isaque; as doze tribos da nação israelita; somente as tribos do Norte; somente Judá; ou ainda a Igreja. 8. Interprete as palavras no sentido que tinham no tempo do autor Deve-se interpretar o texto tendo em vista o significado que tinha para o receptor original. Se não descobrirmos o sentido primário do texto, não poderemos interpretá-lo corretamente. Não se deve pular palavras de significado desconhecido, mas sim determinar o sentido que ela tinha para o autor, objetivando compreender o pensamento do autor e não somente especularmos o que achamos que ele disse. 9. Tirar as ideias do texto e não vice-versa A função do intérprete é descobrir o significado dos textos bíblicos para poder aplicá-lo corretamente. O que deve interessar ao intérprete da Bíblia é a mensagem que ela quer transmitir e não o desejo de encontrar base para uma ideia própria. Um preletor, certa feita, utilizando a passagem de Hb 10.31ª “... nas mãos do Deus vivo.”, trouxe uma mensagem sobre a qual devemos confiar no poder e na proteção que está nas mãos de Deus. A mensagem foi bíblica, mas o texto foi usado incorretamente, pois o texto se refere ao juízo de Deus aos cristãos que estavam prestes a abandonar a fé cristã e retornar ao judaísmo. 10. Lembrar que a Bíblia é livro de religião e não de ciência. A Bíblia não é um tratado científico e sim um tratado de religião brilhante e inigualável. Por isso, a Bíblia não precisa de nenhuma revisão, pois se fosse um tratado científico deveria ser constantemente alvo de revisão, porque, muitas vezes, o que a ciência prega hoje será ultrapassado daqui a dez anos. A Bíblia fala a linguagem dos que foram originalmente seus receptores. Lv 11.13-19, por exemplo, classifica o morcego como ave. Atualmente, a ciência classifica o morcego como mamífero. Parece-nos um erro grosseiro da Bíblia, porém, na época, simplesmente o morcego por voar era classificado como ave. 11. Não valorizar em demasia as divisões oferecidas pelas versões Originalmente, a Bíblia foi escrita sem as divisões de capítulos e versículos, as quais foram feitas, muito tempo depois, para facilitar a leitura. Até mesmo as divisões oferecidas pelas versões modernas muitas vezes nos atrapalham. Is 53, por exemplo, deveria começar em Is 52.13; os salmos 42 e 43, na realidade, não são dois, mas somente um; At 8.1ª pertence ao versículo sessenta do capítulo sete de Atos. Devemos ser cuidadosos e não valorizar demasiadamente as divisões que nos são oferecidas hoje. 12. Interpretar textos difíceis à luz de textos fáceis As passagens bíblicas consideradas difíceis, que não são poucas, com aparente contradição, termos raros, devem ser interpretadas à luz de textos mais claros e inconfundíveis. Assim como há textos de fácil compreensão, há textos de quase impossibilidade de interpretação plena, por falta de informações suficientes para elucidá-lo nos seus detalhes. Isto não deve desmotivar o intérprete e sim motivá-lo a uma melhor compreensão das verdades bíblicas. 13. Interprete a experiência pessoal à luz da Bíblia e não vice-versa As nossas experiências pessoais, sejam quais forem, devem ser interpretadas à luz da Bíblia e nunca o inverso. A experiência pessoal tem o seu valor na vida cristã, mas deve ocupar o seu devido lugar. Devemos permitir que a Bíblia interprete e amolde as nossas experiências pessoais, ao invés de interpretarmos a Bíblia através das lentes de nossas experiências. 14. Os exemplos bíblicos só têm autoridade amparados por uma ordem Ao ler a Bíblia, torna-se evidente que não devemos seguir o exemplo de cada personagem nela registrado. Não precisamos trair Jesus como Judas ou desafiarmos os líderes egípcios como fez Moisés. Jesus é o maior exemplo que temos a seguir, mas nem por isso devemos imitá-lo em todos os aspectos de sua vida. Jesus, por exemplo, nunca casou, isso não impede o matrimônio dos cristãos; o meio de transporte que ele usou foi um jumento, isso não nos impede que usemos outros meios de transporte; usava vestidos longos e alparcas, isso não nos impede de usarmos roupas adequadas para a nossa época. Os mandamentos bíblicos têm autoridade para serem cumpridos, pois são ordens, o que não acontece com os exemplos bíblicos, a não ser que sejam amparados por uma ordem ou ilustrem uma ordem bíblica. 15. Compreensão gramatical e compreensão teológica É necessário compreender gramaticalmente a Bíblia para depois compreendê-la teologicamente. Precisamos entender primeiramente o que diz a passagem antes de extrair dela quaisquer conclusões doutrinárias. É impossível fazermos uma boa interpretação de um texto se não compreendermos o sentido de cada palavra. Como poderíamos interpretar teologicamente, por exemplo, Romanos 4 sem entender gramaticalmente o significado de alguns termos como justificação, galardão, graça, circuncisão, imputar, posteridade? 16. Considere as figuras de linguagem utilizadas na Bíblia Os escritores da Bíblia usaram claramente figuras de linguagem em seus escritos. Abaixo, as principais figuras utilizadas: Metáfora – Consiste em atribuir a uma palavra características de outra em função de uma analogia estabelecida de forma bem sugestiva. Ex: Zc 3.8 Hipérbole – Ocorre quando, para realçar uma ideia, exagera-se na sua representação. Ex: Dt 1.28 Ironia – Emprego de palavras que, na frase, têm sentido oposto ao que se quer dizer., normalmente usadas em tom sarcástico. Ex: Gn 3.22 Prosopopeia – Consiste em dar características humanas ou em dar vida e ação a seres inanimados ou irracionais. Ex: Sl 35.10 Alegoria – Narrativa em que pessoas ou objetos representam ideias ou princípios. Ex: Gl 4.21 Enigma – Descrição obscura ou ambígua, mas verdadeira, que se faz de uma coisa, para que outrem diga o nome dessa coisa. É o que popularmente chamamos de adivinhação. Ex: Jz 14.14 Parábola – Narrativa real ou imaginária que tanto as pessoas como as coisas e suas ações correspondem a verdades espirituais ou morais. Ex: Mt 13.24-30 Antropomorfismo – Linguagem que atribui a Deus características físicas ou atitudes humanas. Ex: Gn 8.21 Metonímia – Consiste no emprego de uma palavra por outra com a qual ela se relaciona. Ex: Lc 16.29 17. Definir promessas gerais e específicas É necessário definir em qual categoria as promessas bíblicas se enquadram: gerais ou específicas. Promessas gerais – Quando foram escritas não visavam particularmente nenhuma pessoa ou época particular. Ex: Jo 3.16 Promessas específicas – Quando foram escritas visavam indivíduos específicos em ocasiões específicas. Para ser válida para nós, tem que ser feita individualmente a nós como aos destinatários originais. Ex: At 16.31 II. PARALELISMOS Verbais – A mesma palavra em diferentes textos. Ex: Graça (Jo 1.16-17; Tt 2.11; Rm 5.15; 1 Co 1.4) Reais – Textos diversos tratando do mesmo assunto. Ex: Getsêmani (Mt 26.36-46; Mc 14. 32-42; Lc 22.39-46; Jo 18.1-11) III. TIPOS E ANTÍTIPOS A tipologia bíblica é vastíssima e instrutiva. Quando o intérprete estuda a Bíblia através dos tipos, sem extremismo, pode obter um melhor conhecimento das Escrituras. O tipo é o que tipifica algo. O antítipo é o cumprimento do tipo. Para efeito de estudo, os tipos são classificados em duas classes: 1. Históricos a) Pessoais Adão – Cristo Melquisedeque – Cristo Moisés – Cristo b) Coletivos Israel liberto da opressão egípcia – Igreja Israel peregrinando no deserto – Igreja Israel adentrando a Terra Prometida – Igreja 2. Rituais Tabernáculo – Cristo O holocausto – Cristo As ofertas legais – Cristo Postado por PR. CLEBER BARROS- cleberbarros2@hotmail.com

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O QUE É HERMENÊUTICA? É a ciência e/ou arte de interpretar e explicar um pensamento. O objetivo da hermenêutica das Escrituras está em compreender e explicar o texto, ou seja, expressões e pensamentos contidos nele. I. REGRAS FUNDAMENTAIS 1. Pedir constante orientação divina O cristão ao examinar as Escrituras deve pedir orientação a Deus para compreender o real sentido do texto apreciado. Oração, reverência e humildade deve acompanhar o estudo das Escrituras. 2. Observar o texto com muita atenção O texto deve ser lido com muita atenção, sem pressa para retirar conclusões do texto. Deve-se ler a passagem bíblica várias vezes, sublinhando as palavras que se repetem, para identificar as palavras-chaves do texto. Em Gl 3, as palavras-chaves são fé e lei, devido ao número de vezes que Paulo se refere a elas nesse capítulo. 3. Interprete a passagem de acordo com o seu contexto Assim como não lemos somente um parágrafo de uma carta que recebemos, não devemos ler um texto isolado do seu contexto. Isolar um texto do seu contexto induz a uma interpretação errônea. O texto de Fp 4.13, isoladamente, parece nos mostrar que podemos fazer qualquer coisa porque o Senhor nos fortalece. No entanto, se observarmos Fp 4.10-13, a passagem completa, veremos o verdadeiro significado do texto: podemos suportar todas as situações, pois o Senhor nos fortalece. Podemos classificar os contextos em: Imediato – A passagem completa ou o capítulo do texto; Próximo – O livro do texto; Remoto – Outro(s) livro(s) da Bíblia. 4. Observar o pano de fundo histórico da passagem Não basta conhecermos bem o texto para fazermos uma boa interpretação, pois os textos bíblicos possuem diversas particularidades. Quem foi o autor da passagem? Em que época ele proferiu o texto? Quem foi seu destinatário? Qual a situação econômica? Social? Política? Religiosa? Na passagem de Amós 4.1, exemplificando, podemos observar a importância do conhecimento do fundo histórico. Qual era a profissão de Amós? Onde se situava Basã? Como eram criadas as vacas em Basã? Respondendo a essas perguntas teremos uma compreensão mais plena do texto. 5. Identificar os tipos de literatura A Bíblia é rica em diversidade de gêneros literários: textos históricos; oráculos; poesias; hinos; provérbios; alegorias; cânticos; orações; sermões; cartas; literatura apocalíptica, entre outros. 6. Não interpretar passagens literais como figurada nem vice-versa Devemos tomar cuidado com o texto a ser estudado na seguinte questão: o texto é literal ou figurado? É de suma importância identificar se o texto faz uso de linguagem denotativa (literal) ou conotativa (figurada) porque tal fator pode alterar completamente o sentido original do texto. Em Lc 19.40, o clamor das pedras é literal ou figurado? Concluímos, diferentemente da interpretação mais difundida, que Jesus simplesmente quis dizer que era impossível fazer os seus discípulos se calarem, visto que haviam testemunhado a mensagem poderosa Dele, assim como era impossível que as pedras clamassem. A possibilidade das pedras clamarem era a mesma dos discípulos pararem de anunciar as boas novas do Cristo. 7. Descobrir os diversos significados de uma palavra Muitas palavras têm vários significados. A palavra manga na língua portuguesa é um ótimo exemplo, pois só iremos identificar se o texto se refere à fruta ou ao pano pelo contexto em que a palavra está inserida. Na interpretação textual, para podermos identificar o real sentido do termo no texto em questão, devemos tomar cuidado com palavras que possuem mais de um significado. A palavra Israel, por exemplo, pode significar o filho de Isaque; as doze tribos da nação israelita; somente as tribos do Norte; somente Judá; ou ainda a Igreja. 8. Interprete as palavras no sentido que tinham no tempo do autor Deve-se interpretar o texto tendo em vista o significado que tinha para o receptor original. Se não descobrirmos o sentido primário do texto, não poderemos interpretá-lo corretamente. Não se deve pular palavras de significado desconhecido, mas sim determinar o sentido que ela tinha para o autor, objetivando compreender o pensamento do autor e não somente especularmos o que achamos que ele disse. 9. Tirar as ideias do texto e não vice-versa A função do intérprete é descobrir o significado dos textos bíblicos para poder aplicá-lo corretamente. O que deve interessar ao intérprete da Bíblia é a mensagem que ela quer transmitir e não o desejo de encontrar base para uma ideia própria. Um preletor, certa feita, utilizando a passagem de Hb 10.31ª “... nas mãos do Deus vivo.”, trouxe uma mensagem sobre a qual devemos confiar no poder e na proteção que está nas mãos de Deus. A mensagem foi bíblica, mas o texto foi usado incorretamente, pois o texto se refere ao juízo de Deus aos cristãos que estavam prestes a abandonar a fé cristã e retornar ao judaísmo. 10. Lembrar que a Bíblia é livro de religião e não de ciência. A Bíblia não é um tratado científico e sim um tratado de religião brilhante e inigualável. Por isso, a Bíblia não precisa de nenhuma revisão, pois se fosse um tratado científico deveria ser constantemente alvo de revisão, porque, muitas vezes, o que a ciência prega hoje será ultrapassado daqui a dez anos. A Bíblia fala a linguagem dos que foram originalmente seus receptores. Lv 11.13-19, por exemplo, classifica o morcego como ave. Atualmente, a ciência classifica o morcego como mamífero. Parece-nos um erro grosseiro da Bíblia, porém, na época, simplesmente o morcego por voar era classificado como ave. 11. Não valorizar em demasia as divisões oferecidas pelas versões Originalmente, a Bíblia foi escrita sem as divisões de capítulos e versículos, as quais foram feitas, muito tempo depois, para facilitar a leitura. Até mesmo as divisões oferecidas pelas versões modernas muitas vezes nos atrapalham. Is 53, por exemplo, deveria começar em Is 52.13; os salmos 42 e 43, na realidade, não são dois, mas somente um; At 8.1ª pertence ao versículo sessenta do capítulo sete de Atos. Devemos ser cuidadosos e não valorizar demasiadamente as divisões que nos são oferecidas hoje. 12. Interpretar textos difíceis à luz de textos fáceis As passagens bíblicas consideradas difíceis, que não são poucas, com aparente contradição, termos raros, devem ser interpretadas à luz de textos mais claros e inconfundíveis. Assim como há textos de fácil compreensão, há textos de quase impossibilidade de interpretação plena, por falta de informações suficientes para elucidá-lo nos seus detalhes. Isto não deve desmotivar o intérprete e sim motivá-lo a uma melhor compreensão das verdades bíblicas. 13. Interprete a experiência pessoal à luz da Bíblia e não vice-versa As nossas experiências pessoais, sejam quais forem, devem ser interpretadas à luz da Bíblia e nunca o inverso. A experiência pessoal tem o seu valor na vida cristã, mas deve ocupar o seu devido lugar. Devemos permitir que a Bíblia interprete e amolde as nossas experiências pessoais, ao invés de interpretarmos a Bíblia através das lentes de nossas experiências. 14. Os exemplos bíblicos só têm autoridade amparados por uma ordem Ao ler a Bíblia, torna-se evidente que não devemos seguir o exemplo de cada personagem nela registrado. Não precisamos trair Jesus como Judas ou desafiarmos os líderes egípcios como fez Moisés. Jesus é o maior exemplo que temos a seguir, mas nem por isso devemos imitá-lo em todos os aspectos de sua vida. Jesus, por exemplo, nunca casou, isso não impede o matrimônio dos cristãos; o meio de transporte que ele usou foi um jumento, isso não nos impede que usemos outros meios de transporte; usava vestidos longos e alparcas, isso não nos impede de usarmos roupas adequadas para a nossa época. Os mandamentos bíblicos têm autoridade para serem cumpridos, pois são ordens, o que não acontece com os exemplos bíblicos, a não ser que sejam amparados por uma ordem ou ilustrem uma ordem bíblica. 15. Compreensão gramatical e compreensão teológica É necessário compreender gramaticalmente a Bíblia para depois compreendê-la teologicamente. Precisamos entender primeiramente o que diz a passagem antes de extrair dela quaisquer conclusões doutrinárias. É impossível fazermos uma boa interpretação de um texto se não compreendermos o sentido de cada palavra. Como poderíamos interpretar teologicamente, por exemplo, Romanos 4 sem entender gramaticalmente o significado de alguns termos como justificação, galardão, graça, circuncisão, imputar, posteridade? 16. Considere as figuras de linguagem utilizadas na Bíblia Os escritores da Bíblia usaram claramente figuras de linguagem em seus escritos. Abaixo, as principais figuras utilizadas: Metáfora – Consiste em atribuir a uma palavra características de outra em função de uma analogia estabelecida de forma bem sugestiva. Ex: Zc 3.8 Hipérbole – Ocorre quando, para realçar uma ideia, exagera-se na sua representação. Ex: Dt 1.28 Ironia – Emprego de palavras que, na frase, têm sentido oposto ao que se quer dizer., normalmente usadas em tom sarcástico. Ex: Gn 3.22 Prosopopeia – Consiste em dar características humanas ou em dar vida e ação a seres inanimados ou irracionais. Ex: Sl 35.10 Alegoria – Narrativa em que pessoas ou objetos representam ideias ou princípios. Ex: Gl 4.21 Enigma – Descrição obscura ou ambígua, mas verdadeira, que se faz de uma coisa, para que outrem diga o nome dessa coisa. É o que popularmente chamamos de adivinhação. Ex: Jz 14.14 Parábola – Narrativa real ou imaginária que tanto as pessoas como as coisas e suas ações correspondem a verdades espirituais ou morais. Ex: Mt 13.24-30 Antropomorfismo – Linguagem que atribui a Deus características físicas ou atitudes humanas. Ex: Gn 8.21 Metonímia – Consiste no emprego de uma palavra por outra com a qual ela se relaciona. Ex: Lc 16.29 17. Definir promessas gerais e específicas É necessário definir em qual categoria as promessas bíblicas se enquadram: gerais ou específicas. Promessas gerais – Quando foram escritas não visavam particularmente nenhuma pessoa ou época particular. Ex: Jo 3.16 Promessas específicas – Quando foram escritas visavam indivíduos específicos em ocasiões específicas. Para ser válida para nós, tem que ser feita individualmente a nós como aos destinatários originais. Ex: At 16.31 II. PARALELISMOS Verbais – A mesma palavra em diferentes textos. Ex: Graça (Jo 1.16-17; Tt 2.11; Rm 5.15; 1 Co 1.4) Reais – Textos diversos tratando do mesmo assunto. Ex: Getsêmani (Mt 26.36-46; Mc 14. 32-42; Lc 22.39-46; Jo 18.1-11) III. TIPOS E ANTÍTIPOS A tipologia bíblica é vastíssima e instrutiva. Quando o intérprete estuda a Bíblia através dos tipos, sem extremismo, pode obter um melhor conhecimento das Escrituras. O tipo é o que tipifica algo. O antítipo é o cumprimento do tipo. Para efeito de estudo, os tipos são classificados em duas classes: 1. Históricos a) Pessoais Adão – Cristo Melquisedeque – Cristo Moisés – Cristo b) Coletivos Israel liberto da opressão egípcia – Igreja Israel peregrinando no deserto – Igreja Israel adentrando a Terra Prometida – Igreja 2. Rituais Tabernáculo – Cristo O holocausto – Cristo As ofertas legais – Cristo Postado por PR. CLEBER BARROS- cleberbarros2@hotmail.com

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